quinta-feira, 30 de junho de 2011

Confirmação 2011

"Eu estou convosco para sempre até ao fim do mundo": assim prometeu o Ressuscitado aos seus discípulos. No dia de Pentecostes, apercebem-se do modo como Jesus cumpre a sua promessa. Entusiasmados, descem a rua e proclamam: Que todos o saibam! Jesus de Nazaré, que foi suspenso numa cruz e morreu, é o Senhor, o Messias. Ressuscitou! Deus exaltou-O e deu-Lhe o lugar de honra à sua direita. E voltará na sua glória. Acreditai n'Ele e tende confiança no Evangelho que nós vos anunciamos.

Assim vai crescendo a comunidade dos fiéis em toda a parte onde o Evangelho é proclamado como Boa Nova. Constituem-se comunidades. Um novo povo de Deus: a Igreja de Jesus Cristo. Está unida ao seu Senhor como os membros ao corpo, como o ramo à videira. Ele age através dela e nela.

O Senhor destinou a sua Igreja para dar testemunho - através da sua presença em favor dos homens e do culto celebrado com eles - de que Deus é bom para com todos e quer oferecer-lhes a salvação. A Igreja, em si, é sinal do amor e da proximidade do Deus escondido.

A Igreja, em Cristo, é como que o sacramento ou sinal, e o instrumento da íntima união de Deus e da unidade de todo o género humano (Concílio Vaticano II).

A Igreja celebra - como legado sagrado do seu Senhor - sete sacramentos. Estes são ordenados à vida e à fé de cada pessoa. Neles e através deles, Jesus oferece-Se aos homens. Por este dom gratuito, o homem pode estar seguro da sua fé e da sua esperança, do seu acto de amar e ser amado.

O sacramento da Confirmação é administrado nos nossos dias ainda um pouco como no tempo dos apóstolos. O bispo - ou o seu representante autorizado -estende as mãos sobre o confirmando e invoca para ele o dom do Espírito Santo. Depois impõe a cada um as mãos, chama-o pelo seu nome e diz: "Recebe por este sinal o dom do Espírito Santo." Ao mesmo tempo unge a fronte do confirmando com o santo crisma, marcando-o assim com o sinal do Espírito Santo, a fim de que se conheça a quem pertence, do mesmo modo como se conheciam os escravos com a marca do seu amo. Os confirmandos renovam as suas promessas baptismais e recitam a profissão de fé da Igreja.

Na Igreja ocidental, a Confirmação é administrada aos jovens como "sacramento da maturidade cristã", dado que, ao serem baptizados em crianças, foram os pais e padrinhos que pronunciaram a profissão de fé. Agora que começam a viver e a agir de forma independente, pronunciam eles próprios o seu "sim" à comunidade de fé que os integrou pelo Baptismo.

  • Dizem sim a Cristo e proclamam a sua disponibilidade para com Ele, assim como a vontade de não negar a sua fé.
  • Declaram o seu consentimento para se comprometerem em favor da Igreja e para ajudarem os seus irmãos e irmãs.

A Confirmação imprime também à alma um carácter espiritual, um selo indelével; é por isso que não podemos receber este sacramento mais do que uma vez. O dom do Espírito Santo torna aquele que o recebe capaz de converter-se em "sal da terra e luz do mundo" (Mt 5,13-14), de testemunhar Jesus Cristo, através da sua vida e dos seus actos, de tal modo que todos pensem: é um cristão que fala e age como tal.

Os jovens da nossa capela (Ana Paula, Ana Rita, Andreia, Antonieta, Catarina M, Catarina S, Cátia, Cristiana, David, Diamantina, Fernando, Francisco, Gabriela, Manuel, Maria Celeste, Maria Clara, Maria Isabel, Maria Madalena, Marina, Sandra e Tiago) estarão no próximo dia 3 de Julho na Sé do Porto para receberem o Sacramento da Confirmação.

Lembrando as palavras do Pe. João Paulo Vaz:

Jesus Cristo? Claro que sim!

Ontem, hoje, sempre será para mim

Um amigo que me faz caminhar

E me leva aonde nunca pensei

(adaptado de www.paroquias.org/)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

S. João 2011


Hoje falamos sobre o Santo venerado pelo povo do Porto: S. João.


História de um Feriado

Os festejos de S. João na cidade do Porto são já seculares e a origem desta tradição cristã remonta mesmo a tempos milenares. Mas foi só no século XX que o 24 de Junho passou a ser feriado municipal na Invicta, proporcionando um merecido dia de folia a milhares de tripeiros. E tudo graças a um decreto republicano e a um referendo aos portuenses, promovido pelo Jornal de Notícias. A história é curiosa e mostra o protagonismo que, já na altura, a Comunicação Social tinha no modus vivendi urbano. Estávamos em Janeiro de 1911 e a República Portuguesa dava os primeiros passos. A monarquia tinha sido destronada apenas três meses antes, com a revolução de 5 de Outubro de 1910.

O Governo Provisório da República assumia a governação do país e, desde logo, começava a introduzir mudanças na sociedade portuguesa que espelhavam, muito naturalmente, os ideais da nova ordem republicana. Numa tentativa de implementar a nova ordem junto da população, o Governo Provisório redefiniu os dias feriados em Portugal. Por decreto, a República instituiu como feriados nacionais o 31 de Janeiro (primeira tentativa falhada ¬de revolução republicana, em 1891, no Porto), o 5 de Outubro (instauração da República) e o 1º de Dezembro (restauração da independência em 1640), para além do Natal e do Ano Novo. Mas o mesmo decreto impunha, a cada município do país, a escolha de um dia feriado próprio: "As câmaras ou commissões municipaes e entidades que exercem commissões de administração municipal, proporão um dia em cada anno para ser considerado feriado, dentro da area dos respectivos concelhos ou circumscripções, escolhendo-os d'entre os que representem factos tradicionaes e característicos do município ou circumscripção". E foi com este propósito que a Comissão Administrativa do Município do Porto reuniu a 19 de Janeiro de 1911. Segundo o relato do Jornal de Notícias, o "velho e conceituado republicano, sr. Henrique Pereira d'Oliveira" logo sugeriu a data de 24 de Junho para feriado municipal. O facto não causa espanto. Afinal de contas, o S. João era, já na altura, uma festa com longa tradição na cidade do Porto. A primeira alusão aos festejos populares data já do século XIV, pela mão do famoso cronista do reino, Fernão Lopes. Em 1851, os jornais relatavam a presença de cerca de 25 mil pessoas nos festejos sanjoaninos entre os Clérigos e a Rua de Santo António e, em 1910, um concurso hípico integrado nos festejos motivou a presença do infante D. Afonso, tio do rei (a revolução republicana apenas se daria em Outubro).

Referendo popular

Contudo, a sugestão de Henrique d'Oliveira de eleger o S. João como feriado municipal da Invicta foi contestada por outros membros da Comissão Administrativa do Município do Porto, que mostraram opiniões diversas. Foi então que "o sr. dr. Souza Junior lembrou, inspirado n'um alto princípio democrático, que não devia a Commissão deliberar nada sem que o povo do Porto, por qualquer forma, se pronunciasse em tal assumpto". Para solucionar o imbróglio, o Jornal de Notícias dispôs-se a organizar um surpreendente referendo popular para escolher o feriado municipal. Logo no dia 21 de Janeiro, somente dois dias após a reunião da Comissão Administrativa, foi colocado na primeira página do jornal o anúncio da "Consulta ao Povo do Porto", explicando toda a situação e a forma de participação. As pessoas teriam que enviar, até ao dia 2 de Fevereiro, "um bilhete postal ou meia folha de papel dentro de enveloppe" para a redacção do jornal, com a indicação do dia de sua preferência. E, para recompensar o trabalho dos leitores, o Jornal de Notícias oferecia "dez valiosos premios" o mais valioso era de 10 mil réis, cerca de cem escudos a serem sorteados de entre todos aqueles que votassem no dia eleito. Nos dias seguintes, o Jornal de Notícias fez o relato diário da emocionante votação. A vitória foi quase só discutida entre o dia de S. João, já com larga tradição na cidade, e o 1º de Maio, Dia do Trabalhador, a que não será alheio o facto de a cidade do Porto ser considerada "a capital do trabalho". No dia 22 de Janeiro já se davam conta dos primeiros resultados: "a votação de hontem, que foi grande, dá maioria ao 1 de Maio, seguido pelo 24 de Junho (S. João) e S. Conceição [8 de Dezembro]". No dia 24 o Jornal de Notícias não foi publicado no dia 23, segunda-feira, porque o matutino encerrava ao domingo! , deu-se uma reviravolta nos resultados: o 24 de Junho trocava de lugar com o 1º de Maio, ficando na posição de mais votado. Porém, a 25, num dia em que "a votação cresceu imenso", o 1º de Maio quase passava novamente para a liderança da votação. Mas foi no dia 26 de Janeiro que o resultado da votação começou a ficar definido, ao que muito se deve a forte participação popular do dia anterior, como relata o Jornal de Notícias desse dia: "Só hontem vieram tantos votos como em todos os dias anteriores. O dia de S. João tem enorme maioria. O dia 1 de Maio já está muito em baixo". E, a 27, o próprio jornal já dava como certo o vencedor: "Positivamente o dia mais votado é o de S. João. O dia 1 de Maio fica muito para trás. Augmenta bastante o de N. S. Conceição".

Durante os dias seguintes foram publicados os resultados provisórios diários, sem que tivesse havido alterações de maior no sentido de voto dos portuenses. Até que, a 4 de Fevereiro de 1911, foram publicados os totais finais da consulta popular: o dia 24 de Junho foi o mais votado, com 6565 votos, seguido pelo 1º de Maio, com 3075 votos, o dia de Nossa Senhora da Conceição, com 1975 votos, e o dia 9 de Julho, com oito. "Ficou, pois, vencedor o dia de S. João que é aquele que o povo do Porto escolhe para ser o de feriado municipal". Só não se sabe se o vencedor do sorteio chegou a receber os seus 100 escudos, pois registada só ficou a promessa de que "o sorteio dos 10 prémios a que esta consulta dá lugar far-se-á em um dos próximos dias"...

Texto originalmente publicado na revista "Porto de Encontro", Julho de 2001

Pentecostes


Ontem, dia 12 de Junho de 2011, celebrou-se o dia de Pentecostes. Partilhamos também aqui o esboço da homilia do nosso bispo Manuel Clemente:

Só o Espírito do Ressuscitado pode reconciliar o mundo, porque brota da raiz do perdão, que em Deus se encontra, como recriação das vidas.

Como acabámos de ouvir: “Veio Jesus, apresentou-se no meio deles e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco’”. E mais adiante: “Jesus soprou sobre eles e disse-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados…’”. Ao ouvirem tais palavras, como nós as ouvimos hoje, certamente se admiraram os primeiros. – Como poderiam perdoar eles, se tão carecidos de perdão estavam em geral, os mesmos que pouco antes tinham abandonado Jesus preso, condenado e morto?

Mas agora, neste agora que o Crucificado-Ressuscitado continua a oferecer-nos, a paz e o perdão sobrevêm, partindo unicamente da misericórdia divina, do Pai e do Filho, no amor restaurador do Espírito. Como bem experimentou e disse São Paulo, “onde aumentou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5, 20).

Grande, grande demais para a nossa compreensão pequena e o nosso coração exíguo. E também sabemos como só a pouco e pouco se foi concretizando o sacramento na Igreja, como se nos custasse a crer na gratuidade do dom. As primeiras gerações não admitiriam outra penitência, além do Baptismo “para a remissão dos pecados”. Depois, aceitou-se uma segunda oportunidade para os cristãos que fraquejassem, com a penitência pública e custosa que vigorou na Igreja antiga. Chamavam-lhe até um “segundo baptismo”, última oportunidade nesta vida. E foi já na

Alta Idade Média que se difundiu a disciplina penitencial que hoje felizmente temos, possibilitando-nos o crescimento pela confissão individual e reiterada. - Bem-aventurada prática, para a recepção cada vez mais correspondida de tão grande dom que nos refaz a vida, na lei nova do Espírito de Cristo, sem rigorismos nem laxismos, com autenticidade sempre!

Além da referência apostólica da penitência, oferecida pelo sacerdócio ministerial, esta mesma constitui a única atitude possível e coerente para quem progrida no conhecimento de Cristo. Como exclamava Pedro diante de Jesus, exprimimo-la assim: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!” (Lc 5, 8).

Mas, longe de se afastar, Cristo aproxima-se sempre, proporcionando-nos regressos e progressos na Casa do Pai. - Ele sim, é o verdadeiro “irmão mais velho” – não o da parábola (cf. Lc 15, 11 ss) – dos pródigos que somos todos!

Conhecer Cristo é render-se definitivamente à graça e ao perdão de Deus. E, uma vez convertidos, seremos testemunhas e agentes da mesma graça e perdão. - Sede vós, caríssimos amigos, sede vós em cada momento e situação, o convite vivo à recriação das vidas, a partir de Deus, do Espírito de Deus em permanente Pentecostes!

Mas só o fareis e só o faremos pela recriação que permitirmos em nós. Aceitemos ser perdoados e Cristo nos ensinará a perdoar. No perdão vivo em que o mundo se reconstrói a partir de Deus, única e magnífica possibilidade de tal acontecer.

- E este mundo que nos toca, caríssimos irmãos, este mundo que hoje nos toca a todos, precisa tanto de ser recriado pelo Espírito de Deus!

Amados irmãos, caríssimos crismandos, percebei o que verdadeiramente se oferece neste

Pentecostes do Espírito. Em Cristo, Deus reabilita a humanidade, esta mesma que cada um transporta e concretiza, tão magnífica de potencialidades e tão tragicamente desmentida por tantas contradições íntimas e sociais. Em Cristo, a nossa vida é vivida de forma novamente bela e finalmente refeita, segundo o desígnio de Deus.

Só por isso seremos plenamente cristãos. Reconhecemos em Cristo o que profundamente desejamos ser. Desde o baptismo, o seu Espírito atesta em nós que tal é possível. E que nem conseguimos imaginar a totalidade cristã a que o Espírito nos levará… (cf. Ef 3, 20).Quando a Igreja reconhece a santidade de alguém, atesta e agradece o facto comprovado de que naquele homem, naquela mulher, o Espírito de Cristo foi actuando e realizando o Evangelho no mundo.

É este único Espírito que agora crismará muitos de vós, para assim continuar a suceder, na particularidade das circunstâncias que cada um encontre ou promova. Continuará a renovar-vos a vós, num perdão profundo que vos reabilita como filhos de Deus e agora vos impele como testemunhas do Evangelho da paz.

Prosseguirá através de vós a obra de Cristo no mundo, na força recriadora do Espírito divino. Precisamente assim é que a Igreja de Cristo responde actualmente à expectativa de todos, nas difíceis circunstâncias da sociedade que integramos e onde havemos ser “sal” de conservação e sabor, assim como “luz” de esclarecimento e ânimo (cf. Mt 5, 13-16).

Maria, Mãe de Jesus, estava com os primeiros discípulos, como agora está connosco. - Ela nos ajudará constantemente, para continuar a oferecer Cristo ao mundo!


+ Manuel Clemente (Sé do Porto, 12 de Junho de 2011)


Fonte: http://www.diocese-porto.pt/

domingo, 12 de junho de 2011

Festividade do Senhor Jesus da Boa - vista

No próximo dia 19 de Junho celebra-se a festividade do padroeiro da nossa capela, o Senhor Jesus da Boa - vista. Todos os que conhecem a Capela de Montebelo podem comprovar que a mesma foi edificada num local (monte belo) que permitiria uma "boa vista" da área circundante uma vez que está localizada num ponto alto.

A festividade será assinalada com missa solene, com a participação do Grupo Coral de Montebelo e dos elementos da nossa comunidade que se preparam para o Crisma.

Durante a tarde irá realizar-se uma actividade lúdica, karaoke, onde todos são convidados a demonstrar os dotes musicais.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Pai-Nosso

No próximo Domingo iremos celebrar em Montebelo a Festa do Pai - Nosso com as nossas crianças do 2º ano de catequese.
Esta oração foi-nos ensinada por Jesus e está na Bíblia pela descrição dos Evangelistas Mateus e Lucas.
Segue-se uma meditação ao Pai - Nosso, sob a forma de diálogo com o Pai.

CRISTÃO: Pai-nosso que estais no céu...

DEUS: Sim? Estou aqui.

CRISTÃO: Por favor, não me interrompas, estou a rezar!

DEUS: Mas chamaste-me!

CRISTÃO: Chamei? Eu não chamei ninguém. Estou a rezar. Pai-nosso que estais no céu...

DEUS: Chamaste-me novamente.

CRISTÃO: Fiz o que?

DEUS: Chamaste-me. Disseste: Pai-nosso que estais no céu. Estou aqui. Como é que te posso ajudar?

CRISTÃO: Mas eu não quis dizer isso. É que estou a rezar. Rezo o Pai-Nosso todos os dias, sinto-me bem a rezar assim. É como se fosse um dever. E não me sinto bem até cumpri-lo...

DEUS: Mas como podes dizer Pai-Nosso, sem te lembrares que todos são teus irmãos, como podes dizer que estais no céu, se não sabes que o céu é a paz, que o céu é amor a todos?

CRISTÃO: É, realmente ainda não tinha pensado nisso.

DEUS: Mas, prossegue a tua oração.

CRISTÃO: Santificado seja o Vosso nome...

DEUS: Espera aí! O que queres dizer com isso?

CRISTÃO: Quero dizer... quer dizer, é... sei lá o que significa. Como é que vou saber? Faz parte da oração, só isso!

DEUS: Santificado significa digno de respeito, Santo, Sagrado.

CRISTÃO: Agora entendi. Mas nunca tinha pensado no sentido dessa palavra SANTIFICADO ... "Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu..."

DEUS: Estás a falar a sério?

CRISTÃO: Claro! Porque não?

DEUS: E o que fazes para que isso aconteça?

CRISTÃO: O que faço? Nada! É que faz parte da oração, além disso seria bom que o Senhor tivesse um controlo de tudo o que acontecesse no céu e na terra também.

DEUS: Tenho controlo sobre ti?

CRISTÃO: Bem, eu frequento a igreja!

DEUS: Não foi isso que Eu perguntei. Vê de que modo tratas os teus irmãos, a maneira como gastas o teu dinheiro, o muito tempo que “dás” à televisão, as propagandas que segues, e o pouco tempo que dedicas a Mim?

CRISTÃO: Por favor. Pára de me criticar!

DEUS: Desculpa. Pensei que estavas a pedir para que fosse feita a minha vontade. Se isso acontecer tem que ser com aqueles que rezam, mas que aceitam a minha vontade, o frio, o sol, a chuva, a natureza, a comunidade.

CRISTÃO: Está bem, tens razão. Acho que nunca aceito a tua vontade, reclamo de tudo: se mandas chuva, peço sol, se mandas o sol reclamo do calor, se mandas frio, continuo a reclamar, se estou doente peço saúde, não cuido dela, deixo de me alimentar ou como muito...

DEUS: É óptimo reconheceres isso. Vamos trabalhar juntos, mas olha, vamos ter vitórias e derrotas. Estou a gostar da tua nova atitude.

CRISTÃO: Olha Senhor, preciso terminar agora. Esta oração está a demorar muito mais do que o costume. Vou continuar: "o pão-nosso de cada dia nos daí hoje..."

DEUS: Para aí! Estás a pedir-me pão material? Nem só de pão vive o homem, mas também da minha palavra. Quando me pedires o pão, lembra-te daqueles que nem conhecem pão. Podes pedir-me o que quiseres, desde que me vejas como um Pai amoroso! Eu estou interessado na próxima parte da tua oração. Continua!

CRISTÃO: "Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"

DEUS: E o teu irmão desprezado?

CRISTÃO: Estás a ver? Olha Senhor, ele já me criticou várias vezes e não era verdade o que ele dizia. Agora não consigo perdoar. Preciso de me vingar. D

DEUS: Mas, e tua oração? O que quer dizer a oração? Chamaste-me, e eu estou aqui, quero que saias daqui transfigurado, estou a gostar que estejas a ser honesto, mas não é bom carregar o peso da ira dentro de ti, não achas?

CRISTÃO: Acho que iria me sentir melhor se me vingasse!

DEUS: Não vais não! Vais-te sentir pior. A vingança não é tão doce como parece. Pensa na tristeza que me causarias, pensa na tua tristeza agora. Eu posso mudar tudo para ti, basta quereres.

CRISTÃO: Podes? Mas como?

DEUS: Perdoa o teu irmão, Eu te perdoarei e te aliviarei

CRISTÃO: Mas Senhor, eu não posso perdoá-lo.

DEUS: Então não me peças perdão também!

CRISTÃO: Mais uma vez estás certo! Mais do que quero vingar-me, quero a paz contigo. Está bem, está bem; eu perdoo a todos, mas ajuda-me Senhor. Mostra-me o caminho certo.

DEUS: Isto que pedes é maravilhoso, estou muito feliz. E tu como te estás a sentir?

CRISTÃO: Bem, muito bem mesmo! Para dizer a verdade, nunca me tinha sentido assim! É tão bom falar com Deus.

DEUS: Ainda não terminamos a oração. Prossegue...

CRISTÃO: "E não deixeis cair em tentações, mas livrai-nos do mal..."

DEUS: Óptimo, vou fazer justamente isso, mas não te ponhas em situações onde possas ser tentado.

CRISTÃO: O que queres dizer com isso?

DEUS: Deixa de andar na companhia de pessoas que te levam a participar coisas que eu não gosto. Abandona a maldade, o ódio. Isso tudo vai-te levar para o caminho errado. Não uses tudo isto como saída de emergência!

CRISTÃO: Não estou a entender!

DEUS: Claro que entendes! Já o fizeste comigo várias vezes. Entras no erro, depois corres a pedir-me auxílio.

CRISTÃO: Como estou envergonhado!

DEUS: Pedes-me ajuda, mas logo depois voltas a errar, para mais uma vez vires fazer negócios comigo!

CRISTÃO: Estou com muita vergonha, perdoa-me Senhor!

DEUS: Claro que perdoo! Perdoo sempre a quem está disposto a perdoar também, mas não te esqueças, quando me chamares, lembra-te da nossa conversa, medita cada palavra que dizes! Termina a tua oração.

CRISTÃO: Terminar? Há, sim, "Amém!"

DEUS: O que quer dizer amém?

CRISTÃO: Não sei. É o final da oração.

DEUS: Só deves dizer amém quando aceitas dizer tudo o que eu quero, quando concordas com a minha vontade, quando segues os meus mandamentos, porque AMÉM! Quer dizer: assim seja, concordo com tudo que rezei.

CRISTÃO: Senhor, obrigado por me ensinares esta oração e agora obrigado por me fazeres entendê-la.