segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Montebelo ruma a Santiago


Peregrinação da comunidade de Montebelo a Santiago de Compostela

Para quê peregrinar a Santiago:

i) Para nos comprometermos com a nossa fé e sermos mais coerentes com ela;

ii) Para expressar a todos, publicamente que cremos na herança do apóstolo Santiago: cumprir a obra de Jesus de Nazaré – anunciar a todos que o homem pode ser feliz;

iii) Para converter os nossos corações, colocando de parte o orgulho e o egoísmo e dando lugar ao amor e ao convite do outro para o mesmo objectivo.

O que é ser peregrino?

O termo "peregrino", em si, tinha um sentido amplo: era um "estrangeiro”. Com a peregrinação a Santiago tomou um sentido mais preciso. "Peregrino", por excelência é aquele que vai a Santiago. Difere de “caminhantes” (aqueles que vão à Terra Santa), e de “romeiros” (os que vão a Roma). Assim, ser peregrino é visitar o túmulo de Santiago de Compostela. E fazê-lo com "pietatis causa", ou seja, com um sentido cristão ou pelo menos com motivação religiosa.

Em qualquer peregrinação devemos ter em conta especialmente os seguintes elementos: a motivação, o caminho e a meta.

O que é o ano Jubilar?

Compostela tem uma singular privilégio concedido pela primeira vez no Ano 1122: em cada ano em que 25 de Julho, a festa de São Tiago, coincide com um Domingo o peregrino pode beneficiar das plenas graças do Jubileu. Assim o Ano Santo ou Jubileu é:

i) um tempo especial de graça que a Igreja nos oferece para uma renovação do nosso interior (conversão), da nossa vida cristã;

ii) ii) uma chamada de Compostela, aos peregrinos, para ouvir a Palavra de Deus pregada por Santiago: purificar os corações de todo pecado e retornar a Cristo, Luz do mundo;

iii) iii) uma concessão do perdão e de misericórdia de Deus, pelo valor infinito do sacrifício redentor de Cristo, pela oração e méritos da Virgem Maria e de todos os santos.

Assim, o Ano Santo permite: expressar a nossa fé em Cristo Jesus luz do mundo, receber o perdão e a misericórdia de Deus, renovar a nossa vida cristã e atingir a graça jubilar da Indulgência plenária.

O que é uma indulgência plenária?

A doutrina e a prática das indulgências na Igreja estão estreitamente ligadas aos efeitos do sacramento da Penitência. Ela corresponde à remissão, perante Deus, da pena temporal a fomos “condenados” pelos pecados já perdoados. Ela é concedida pela Igreja, a qual, como administradora da redenção, distribui e aplica com autoridade o tesouro das indulgências de Cristo e dos santos. Pode ser alcançada, uma vez por dia: para si mesmo ou para os fiéis defuntos.

Como alcançar a indulgência plenária em Santiago de Compostela?

i) Visitar Catedral de Santiago, que abriga o túmulo de São Tiago;

ii) Rezar uma oração (pelo menos, o Credo, o Pai Nosso e rezar pelas intenções do Papa). Recomenda-se assistir à missa;

iii) Receber os sacramentos da Penitência (tal pode ser feito 15 dias antes ou depois da visita a Santiago) e da Comunhão.

Junte-se à nossa comunidade. Inscreva-se na secretaria da nossa capela! Para mais informações podem enviar mail para ccmontebelo@gmail.com

(Ilídio André Costa)

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Festividade de Nossa Senhora do Porto


A Festividade de Nossa Senhora do Porto, na nossa capela, é uma tradição antiga. Neste ano tem início no dia 15 de Setembro e termina a 18 de Setembro.

Mário de Sousa, conforme publicado no jornal de notícias, fala-nos desta festividade:

"A comunidade de Montebelo, actualmente situada na antiga Capela (hoje Igreja) do Senhor Jesus da Boa-Vista, faz uma das mais bonitas festividades que se realiza na freguesia do Bonfim, na cidade do Porto, em honra de Nossa Senhora do Porto.

Já dizia Almeida Garrett em “Viagens na Minha Terra”: “A religião de Christo é a mãe da liberdade, a religião do patriotismo sua companheira”. O que não respeita os templos, os monumentos de uma e outra, é mau amigo da Liberdade, e o Almeida Garrett já naquele tempo estava coberto de razão.

A tradição ao monumento em honra de Nossa Senhora do Porto é respeitada por toda uma comunidade religiosa ciente da tradição popular que teve origem por volta de 1809, ano em que por ocasião da invasão francesa se tornou notável a defesa d`esta cidade nas trincheiras. Desde o monte do Senhor do Bonfim, passando pela Capela do Senhor da Boa-Vista, até ao Monte dos Congregados (onde existiam baterias militares) a cidade era defendida.

É sabido que no memorável e tristíssimo dia 20 de Março de 1809, por ocasião da invasão francesa, nas ruas da cidade do Porto, andava um soldado das hostes napoleónicas com a imagem da actual Nossa Senhora do Porto a oferecê-la à venda dos raros transeuntes que topava. Um destes foi o piedoso varão, já há muitos anos falecido, Lourenço Inverno, então empregado que era da Câmara Municipal do Porto, que lhe ofereceu um pinto, moeda de prata no valor de 480 réis, denominado cruzado novo. E como o soldado lha cedeu, foi depois levada para a ermida, salvando-se deste modo aquela que é ainda hoje uma boa escultura, talvez outrora roubada de algum templo ou tirada de um oratório, naqueles momentos terríveis em que a soldadesca invasora saciou a sua cobiça, nas horas do saque que faziam na cidade do Porto.

A já referida imagem monumental de Nossa Senhora do Porto está hoje exposta na Capella do Senhor da Boa-Vista, quase ao fim da Rua Joaquim Urbano (antiga Rua Montebelo), pouco distante do histórico local do Guellas de Pau, e foi edificada (a capela) em 1767. Foi depois reconstruída e ampliada em 1864, ainda foi reconstruída em 1979 e ultimamente melhorada tanto no interior como também exteriormente, graças aos esforços das últimas administrações.

É hoje uma muito bonita capela que deve ser visitada, não só pelos devotos a Nossa Senhora do Porto ou do Senhor Jesus da Boa-Vista.

Depois da sua edificação, a capela foi patrimoniada no ano de 1797. Quem lhe fez ou doou o património foi o reverendo Cónego da Sé do Porto, José Maria de Souza, professo na ordem de Christo, por emprazamento perpétuo que fez a Custódio Gonçalves e sua mulher Joanna Rosa, da freguesia de Paranhos, na cidade do Porto, imputando-lhe a renda de quatro mil réis anuais.

E a tradição popular continua na freguesia do Bonfim, na cidade do Porto, e tanto que, há talvez um século, por motivo de uma grande estiagem, se organizou uma procissão em que aquela imagem saiu da sua capela, foi até ao actual Campo 24 de Agosto, subiu a Rua do Bonfim, onde esteve na respectiva igreja e regressou festivamente ao seu humilde cantinho no interior da actual Capela do Senhor Jesus da Boa-Vista.

É esta a imagem que comemora a época em que a cidade da Virgem aos títulos que possuía de Mui Nobre, Sempre Leal Cidade viu acrescentado o de Invicta.

Ao acabar esta minha história portuense em forma de memória, não quero fazê-lo sem primeiro agradecer ao Sr. José Morais de Sousa pelo seu contributo e disponibilidade, e por me ter cedido documentação muito útil para a feitura desta crónica, Bem-haja por tudo."


As festividades têm o seu ponto alto no Domingo, com a celebração de uma Eucaristia solene, às 11h00, e com a realização da procissão, às 18h00.

Este ano as atracções musicais incluem a presença do Duo Marco e Manuel e a famosa cantora Maria Lisboa.

A festa em honra da Nossa Senhora do Porto é uma das mais antigas festividades da cidade do Porto. Visite-nos, faça parte da nossa festa.